formigueiro-do-caura

Formigueiro-do-caura

O Formigueiro-do-caura é uma ave passeriforme da família Thamnophilidae. Originalmente descrita como uma subespécie do formigueiro-cinza (Schistocichla schistacea). Antes era incluído no gênero Percnostola. É uma das espécies mais desconhecidas da família.

Há duas subespécies reconhecidas, embora seus limites geográficos não sejam bem definidos: S. c. caurensis (sul da Venezuela) e S. c. australis (extremo norte do Brasil).

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) murmëx = formiga; e de lastës = ladrão, salteador; e de caurensis = referente ou originário da região do Rio Caura na Venezuela. ⇒ Ladrão de formigas do Rio Caura.

Características

Pássaro de tamanho médio, medindo entre 18 e 19 centímetros. Possui pernas relativamente longas, indicando hábitos mais terrestres. Íris vermelha no macho e marrom na fêmea. A fêmea da subespécie australis possui a coroa marrom-escuro e o macho é mais cinza puro nas costas (sem nenhum tom marrom).

Subespécies

Possui duas subespécies:

  • Myrmelastes caurensis caurensis (Hellmayr, 1906) - ocorre no Sul da Venezuela nos estados de Bolívar e no norte do estado de Amazonas;
  • Myrmelastes caurensis australis (Zimmer & Phelps, 1947) - ocorre no Sul da Venezuela, no estado de Amazonas e na região adjacente do Norte do Brasil.

(Clements checklist, 2014).

Alimentação

Insetívoro, alimentando-se provavelmente de diversos artrópodes. Costumam forragear em casais ou pequenos grupos familiares, e não se juntam a bandos mistos. Procura por alimento de forma ativa sempre em ambiente com pedras grandes. Comumente desce ao solo e saltita entre as pedras, embora evite ficar exposto no alto de pedras lisas. Explora pequenas grutas formadas pelas pedras, onde passa a forragear com mais calma, até 5 minutos no mesmo local, certamente devido à proteção que o “teto” da gruta oferece. Joga as folhas do solo para o lado para descobrir as presas, como um Sclerurus. Pode se espremer para passar por pequenas frestas nas pedras. Aparentemente não segue formigas-correição.

Reprodução

Praticamente nada se sabe. Em Serrania de la Cerbatana (Venezuela), machos territoriais, indicando época reprodutiva, foram registrados no mês de Fevereiro. Os territórios neste local tem, aparentemente, de 150 a 200 metros de diâmetro.

Hábitos

Fortemente associado a pedras grandes em serras e tepuis, de 280 a 1500 metros de altitude. Vive nos estratos baixos e no solo de matas úmidas ou semi-decíduas. Na literatura consta que precisa de pedras grandes inteiramente cobertas de musgos, samambaias, bromélias terrestres, cactus e outros tipos de vegetação, mas não foi isso o observado na Serrá do Aracá (AM), onde a espécie habitava região de terreno bem íngreme onde as pedras, embora grandes, eram praticamente lisas (obs. pess. Salles. O.).

Distribuição Geográfica

Só ocorre no extremo norte do Amazonas e sul da Venezuela, e somente nos pés de montanhas tepui, entre 280 e 1500 metros de altitude.

Referências

  • Zimmer, K. J., Isler, M. L. (2003). Family Thamnophilidae (Typical Antbirds). Pp. 356 in: del Hoyo, J., Elliott, A., & Christie, D. A. eds. (2003). Handbook of the Birds of the World. Vol. 9. Cotingas to Pipits and Wagtails. Linx Edicions, Barcelona.

Consulta bibliográfica sobre as subespécies:

  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.
  • ITIS - Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • del Hoyo, J.; et al., (2014). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona.

Galeria de Fotos

formigueiro-do-caura.txt · Última modificação: 2018/12/15 22:54 (edição externa)