Em apenas três dias de atividades, os ornitólogos que fazem parte da equipe do projeto de pesquisa sobre avifauna no PNSHL identificaram mais de 130 espécies de aves no interior e no entorno da Unidade de Conservação. Entre elas, três espécies consideradas ameaçadas de extinção: Maria-da-restinga (Phylloscartes kronei), presente tanto na lista nacional quanto na lista estadual de espécies em perigo; Aracuã (Ortalis guttata) e Sabia-cica (Triclaria malachitacea), citadas na lista de espécies ameaçadas do Paraná.
A pequena expedição fez parte da Reunião Técnica, realizada no mês de abril entre os analistas ambientais do Parque e pesquisadores colaboradores do projeto, com o objetivo de acertar detalhes metodológicos e identificar os locais de amostragem da pesquisa. A metodologia utilizada nesta etapa consistiu apenas do registro de vocalizações (canto) e da visualização das aves, enquanto o grupo percorria diversos pontos do Parque e da região vizinha para escolher os melhores locais para instalação das redes de neblina nas futuras etapas de campo, quando as aves serão capturadas, anilhadas e, em seguida, soltas.
A quantidade e variedade de espécies que foi observada em uma atividade rápida, que não tinha o objetivo principal de fazer o levantamento das aves de cada local, demonstra a importância do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange na conservação da biodiversidade da Mata Atlântica do litoral paranaense e sugere o grande potencial da região para desenvolvimento do ecoturismo, com destaque para a atividade de observação de aves.
O Projeto, intitulado Levantamento da avifauna em áreas com tipos distintos de uso e em áreas íntegras do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, faz parte do diagnóstico que está sendo realizado pelo ICMBio para elaboração do Plano de Manejo do Parque. A execução do projeto foi aprovada pela Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (DIBIO) e conta com recursos orçamentários do Instituto. O trabalho é coordenado por Rodrigo Torres, analista ambiental do PNSHL, e conta com a participação de pesquisadores colaboradores de diferentes universidades paranaenses: os ornitólogos Luiz Augusto Mestre, da UFPR campus Palotina, e Ricardo Krul, do Centro de Estudos do Mar da UFPR e a bióloga Naiara Fortes, estudante de especialização na PUC-PR.
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