tesourinha-da-mata

Tesourinha-da-mata

A tesourinha-da-mata é uma ave passeriforme da família Cotingidae.

Nome Científico

Seu nome científico significa: Phibalura = nome francês para este pássaro dado por Viellot (1816), com origem provável no (grego) phibalös = delgado; e do (grego) oura = cauda; e do (latim) flavus = amarelo; e rostris = bico; flavirostris = bico amarelo ⇒ Pássaro com cauda delgada e bico amarelo.

Características

Mede cerca de 21,5 centímetros.O macho da Tesourinha-da-mata possui a cabeça escura com um píleo vermelho envolto por penas na cor lilás. Os olhos são negros envoltos por uma pele de coloração rosada intenso, bico de cor pálida e clara e garganta na cor laranja ou ferrugem. A parte superior do peito apresenta um lindo escudo barrado preto e branco. O ventre e o crisso são de coloração branco amarelado e apresentando algumas manchas escuras no ventre. As asas são azuis escuras e o manto amarelo manchado de azul, coloração que cobre também o uropígio. A cauda característica desta ave apresenta as retrizes externas na cor azul escuro, são alongadas e bifurcadas, com o formato de tesoura que dá o nome comum a esta espécie. As pernas são rosadas.
Esta espécie apresenta um leve dimorfismo sexual. As fêmeas são semelhantes, mas com a coloração menos intensa, e menos contrastante no geral. A cauda da fêmea também é mais curta que a do indivíduo do sexo masculino.

Subespécies

Possui duas subespécies reconhecidas:

  • Phibalura flavirostris flavirostris (Vieillot, 1816) - ocorre no sudeste do Brasil do estado de Goiás até o leste do Paraguai e no nordeste da Argentina. Esta subespécie apresenta a membrana esclerótica de coloração vermelho-sangue; tarsos e pés rosados (del Hoyo et al. 2017).
  • Phibalura flavirostris boliviana (Chapman, 1930) - ocorre nas encostas das montanhas do oeste da Bolívia, na região de Apolo, departamento de La Paz. Esta subespécie apresenta a membrana esclerótica de coloração amarelo-mostarda; cúlmen mais fortemente curvado; tarsos e pés amarelo-alaranjados. As retrizes são mais longas que na subespécie nominal. O macho apresenta uma área pós-ocular mais branca que se estende até a metade posterior da garganta. Apenas o queixo e a metade anterior da garganta são amarelos. A garganta não é manchada. A coroa e a os lados da cabeça são acinzentados (Hennessey, A. B. 2002).

OBS: Recentemente foi proposto tratar a subespécie (P. f. boliviana) como uma espécie plena.

(IOC World Bird List 2017; Aves Brasil CBRO 2015; Van Remsen, 2011).

Alimentação

Alimenta-se de pequenos frutos do mato e de insetos voadores. Aprecia particularmente os frutos da erva de passarinho.

Reprodução

Faz o ninho em pequenas colônias em árvores separadas, entretanto próximas umas das outras (menos de 100 metros). Parecem não ter preferência por tipo de árvore, já foram encontrados ninhos em (Araucaria angustifolia), pinho bravo, ipês amarelos e até em arvores baixas e secas. O ninho é feito exclusivamente de um musgo seco, encontrado naturalmente nos galhos e troncos da árvore. Por isso é difícil identificar o ninho. Nem sempre fica nas alturas, já foi encontrado um ninho a cerca de 3 metros do chão. A postura é de dois ovos branco-azulados com pintas vináceas. Ambos os pais são responsáveis pela incubação e pelo cuidado dos ninhegos. Enquanto um dos pais cuida do ninho ou simplesmente vigia a alguns metros (quando os filhotes têm a partir de 10 dias), o outro busca comida. Desde os primeiros dias os filhotes são alimentados com insetos, larvas e pequenos frutos do mato (como frutos de hera e de erva de passarinho). Os filhotes saem do ninho muito imaturos, bem menores que os pais e com plumagem curta, de coloração preto e branco, com pouco amarelo. Precisam ainda da ajuda dos pais durante certo tempo.

Hábitos

Fora da época da reprodução, anda em bando. Tem registro de um bando de 8 indivíduos (Pousada 3 Pinheiros em Campos do Jordão).

Distribuição Geográfica

No Brasil ocorre no Sul da Bahia, região Sudeste (se estendendo até o Triangulo Mineiro), Leste da região Sul, todo o estado do Paraná e Sul do Mato Grosso do Sul.

Referências

  • Hennessey, A. B. 2002. First Bolivian observation of Swallow-tailed Cotinga Phibalura flavirostris boliviana in 98 years. Cotinga 17: 54-55.
  • Van Remsen. 2011. Elevate Phibalura flavirostris boliviana to species rank. Proposal (494) to South American Classification Committee. http://www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCprop494.htm

Consulta bibliográfica sobre as subespécies:

  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.
  • del Hoyo, J.; et al., (2017). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona.
  • Gill, F. & Wright, M. - IOC World Bird List 2017. Birds of the World - Recommended English Names. Princeton University Press, Princeton, N.J., and Oxford, UK.
  • ITIS - Integrated Taxonomic Information System (2017); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • Piacentini et al. (2015). Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, 23(2): 91–298.

Galeria de Fotos

tesourinha-da-mata.txt · Última modificação: 2023/08/14 11:27 por Ronaldo S. Filho